O lamentável
ataque ocorrido na escola em Suzano (SP) trouxe mais uma vez aquela velha discussão,
ou seja, de quem é a culpa? Seria do governo? Da política armamentista? Nas redes
sociais? Nos vídeos games? Nos bullyings? Talvez (...), porém, desde a existência da humanidade
que as armas sempre existiram, assim como o desrespeito, as chacotas e zombarias.
Entretanto,
num tempo remoto algumas questões eram tratadas de forma excessivas, como algumas
doenças em que as pessoas eram exiladas e dependendo do comportamento a época eram
banidas e até mesmo apedrejadas pela sociedade.
Todavia,
nestas eras e até pouco tempo a família de fato era o esteio da sociedade, era
um templo sagrado onde os componentes se sentavam a mesa, dialogavam com maior frequência,
havia maior a rigidez, porém com amor na educação dos filhos a fazer dele um cidadão
de bem, os pais de fato impunham a sua autoridade perante os filhos em muitas
questões como o respeito ao próximo, aos professores, a escola, aos mais velhos
e enfim, a família é que moldava o cidadão para mundo com a complementação da escola
na educação cultural e social, onde ensinavam como viver em sociedade. Mas é
claro que os excessos, as violências, os abusos e outras questões que hoje em
dia estão descontroladas, como desrespeito já faziam parte da sociedade, porém,
antigamente o cidadão traziam em seu caráter a identidade moral de seu clã, e a
vergonha era um componente real e que fazia parte do caráter de muitas pessoas.
Contudo,
o tempo foi se moldando e a evolução trouxe algumas questões positivas como facilidades
em diversos setores, porém, outros vetores foi se perdendo ao longo do tempo,
entre eles a importância, identidade e valores familiares, onde atualmente é cada um fazendo
a refeição no seu quadrado, não se sentam mais a mesa para fazer uma refeição
em dialogar e de saber mais do outro, o que estão fazendo, quais são os sonhos
e planos daquele componente, e tudo isso dentro de casa. Hoje em dia quando se
sentam a mesa e ou estão dentro de casa, é como se o lar se transformasse em um
deserto, isto é, todos calados entretidos em seu smartphone, tablet e celular. E
isto sem falar da nova configuração e interpretação de família. E com a modernidade
e a necessidade do tempo e da economia levou o pai e a mãe a saírem de casa, terceirizando
assim a educação e a criação dos filhos através dos avós (que não conseguem
muitas vezes acompanhar a evolução do tempo e da energia dos menores) e
parentes, e hoje em dia a criança mal nasce e já são entregues as escolinhas
infantis, aos empregados e babás e enfim, o que podemos esperar desta geração familiar?
E quantos pais que praticamente veem seus filhos apenas nos finais de semana?
Com o avanço
das necessidades e para compensar a ausência, muitos pais entregam seus filhos ao
entretenimento sem fiscalização das redes sociais e até mesmo da televisão para
poderem descansar e ou mesmo conseguir arrumar a casa onde a semana agitada não
permitiu.
Quantas
são as crianças hoje em dia já não brincam mais de bola nas ruas como antes, está
certo que a violência crescente já não nos permite estar livres e a vontade nas
vias, mas quantas crianças não se sujam mais na terra, que não tomam mais banho
de chuva, quem não tem mais a engenharia e a criatividade para produzir e criar
seus próprios brinquedos e brincadeiras, que não conhecem mais os bichos tradicionalmente
criadas no interior como galinhas, vacas e porcos?
Este tempo
apesar de toda modernidade e facilidades trouxe também estranhos para dentro do
lar, mas não aquele estranho de fora, mas sim entre si. Afinal de contas quais são
os pais que hoje em dia de fato conhecem seus filhos? Quantos de nós hoje dia conhece
o seu vizinho? Quantos de nós de fato temos amigos leais? Quantos de nós buscamos
levar a vida de forma suave? Quantos de nós que de fato se preocupa com seu
semelhante?
E então?
A culpa não é somente do outro, não vamos também terceirizar responsabilidades, pois a verdade que todos nós temos uma parcela desta culpa.
Marcelo
Passos.
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