sexta-feira, 15 de março de 2019

De quem é a culpa?




O lamentável ataque ocorrido na escola em Suzano (SP) trouxe mais uma vez aquela velha discussão, ou seja, de quem é a culpa? Seria do governo? Da política armamentista? Nas redes sociais? Nos vídeos games? Nos bullyings?  Talvez (...), porém, desde a existência da humanidade que as armas sempre existiram, assim como o desrespeito, as chacotas e zombarias.
Entretanto, num tempo remoto algumas questões eram tratadas de forma excessivas, como algumas doenças em que as pessoas eram exiladas e dependendo do comportamento a época eram banidas e até mesmo apedrejadas pela sociedade.
Todavia, nestas eras e até pouco tempo a família de fato era o esteio da sociedade, era um templo sagrado onde os componentes se sentavam a mesa, dialogavam com maior frequência, havia maior a rigidez, porém com amor na educação dos filhos a fazer dele um cidadão de bem, os pais de fato impunham a sua autoridade perante os filhos em muitas questões como o respeito ao próximo, aos professores, a escola, aos mais velhos e enfim, a família é que moldava o cidadão para mundo com a complementação da escola na educação cultural e social, onde ensinavam como viver em sociedade. Mas é claro que os excessos, as violências, os abusos e outras questões que hoje em dia estão descontroladas, como desrespeito já faziam parte da sociedade, porém, antigamente o cidadão traziam em seu caráter a identidade moral de seu clã, e a vergonha era um componente real e que fazia parte do caráter de muitas pessoas.
Contudo, o tempo foi se moldando e a evolução trouxe algumas questões positivas como facilidades em diversos setores, porém, outros vetores foi se perdendo ao longo do tempo, entre eles a importância, identidade e valores familiares, onde atualmente é cada um fazendo a refeição no seu quadrado, não se sentam mais a mesa para fazer uma refeição em dialogar e de saber mais do outro, o que estão fazendo, quais são os sonhos e planos daquele componente, e tudo isso dentro de casa. Hoje em dia quando se sentam a mesa e ou estão dentro de casa, é como se o lar se transformasse em um deserto, isto é, todos calados entretidos em seu smartphone, tablet e celular. E isto sem falar da nova configuração e interpretação de família. E com a modernidade e a necessidade do tempo e da economia levou o pai e a mãe a saírem de casa, terceirizando assim a educação e a criação dos filhos através dos avós (que não conseguem muitas vezes acompanhar a evolução do tempo e da energia dos menores) e parentes, e hoje em dia a criança mal nasce e já são entregues as escolinhas infantis, aos empregados e babás e enfim, o que podemos esperar desta geração familiar? E quantos pais que praticamente veem seus filhos apenas nos finais de semana?
Com o avanço das necessidades e para compensar a ausência, muitos pais entregam seus filhos ao entretenimento sem fiscalização das redes sociais e até mesmo da televisão para poderem descansar e ou mesmo conseguir arrumar a casa onde a semana agitada não permitiu.
Quantas são as crianças hoje em dia já não brincam mais de bola nas ruas como antes, está certo que a violência crescente já não nos permite estar livres e a vontade nas vias, mas quantas crianças não se sujam mais na terra, que não tomam mais banho de chuva, quem não tem mais a engenharia e a criatividade para produzir e criar seus próprios brinquedos e brincadeiras, que não conhecem mais os bichos tradicionalmente criadas no interior como galinhas, vacas e porcos?
Este tempo apesar de toda modernidade e facilidades trouxe também estranhos para dentro do lar, mas não aquele estranho de fora, mas sim entre si. Afinal de contas quais são os pais que hoje em dia de fato conhecem seus filhos? Quantos de nós hoje dia conhece o seu vizinho? Quantos de nós de fato temos amigos leais? Quantos de nós buscamos levar a vida de forma suave? Quantos de nós que de fato se preocupa com seu semelhante?
E então? A culpa não é somente do outro, não vamos também terceirizar responsabilidades, pois a verdade que todos nós temos uma parcela desta culpa.

Marcelo Passos.

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