terça-feira, 8 de março de 2016

Feridas abertas



Filhos e filhas,

Certa ocasião um grupo de amigos fora acampar em uma floresta e explorariam toda aquela reserva e dos seus frutos se manteriam. Armaram toda a estrutura e estabeleceram regras de convivência diante o período que permaneceriam.

E no decorrer dos dias o grupo se depara com uma colmeia descem o cacho e descobrem uma rica concentração de mel, retiram todo o conteúdo em uma compota e levam para o acampamento para consumi-lo, acendem o fogo e em um compartimento preparam aquele alimento sadio. No cozimento daquele ingrediente o grupo é surpreendido com a presença de um urso; como todos sabem o mel é um dos alimentos prediletos deste animal; que fora atraído pelo aroma, todos correm para seus acampamentos a se protegerem, deixam a panela quente com o mel a fervilhar. Atraído pelo sentido o urso abraça a panela e logo sente seu corpo queimando e geme de dor, mas não larga o alimento e se queima ainda mais com a vontade de se alimentar do mel. E ele entende que aquela queimadura queira impedi-lo de usufruir do alimento, pois para ele é um adversário querendo tirar aquilo que é seu, e quanto mais queima seu corpo mais o animal abraça a panela, eis então que diante tanta dor desfalece diante aquela agressividade.

O sentido desta explanação é compreender os riscos dos apegos quanto às paixões que podem leva-los a feridas profundas, são os apegos que limitam a condição humana a verdadeira construção da felicidade, onde a ansiedade ocasionará feridas profundas como na citação outrora. Conservar os bens é fundamental para auxilia-lo por um importante período ajudando-o na evolução na busca do entendimento a vontade de Deus na pratica do amor e da caridade salvadora que traz nestas virtudes a base dos sentimentos.

Abraçar o caldeirão em chamas é o apego demasiado a bens principalmente materiais que podem incidir em abertura de feridas profundas e de difíceis cicatrizações causando desconfortos e mesmo o desequilíbrio. Desejar em excesso um determinado bem seja ele qual for, indica a possível inconveniência da busca na dependência da forma ocasionada a falência evolutiva.

A caminhada nos ensina que o desapego é elemento ao qual não poderemos nos furtar quanto a sua presença em nossa evolução, aonde haveremos, em algum instante, abandonar lugares, pessoas e bens rumo ao edificativo da eterna construção da felicidade e estabilidade no reino sagrado.

Chegará o instante que haveremos de deixar a casa, a família, os bens, os amigos, o trabalho, a cidade, a encarnação a regressa morada espiritual, assim como na reencarnação deixando o lar espiritual e aqueles que compõem as melodias de nossa eterna existência. E é a saudade que fica a cobrir as necessidades deste momentâneo vazio presencial.

E quando não aceitamos com resignação e calma os designo divino aos quais todos vivenciarão, feridas serão profundas e permanecerão abertas sem precedentes e deixando a forte e dolorida dor na alma traduzida na tristeza que permanecerá sempre aberta quanto ao apego excessivo e a dependência daquilo ou daquele outro.  

É notório que a dor da saudade fere os dois mundos, mas Cristo nos mostra que a caminhada trará estas dolorosas fases e a certeza de que nos encontraremos em breve, assim como Ele virá até nós. Há o luto de uma separação, mas compreenda o desapego como a oportunidade de evolução, seja de lugares como dos entes amados. A caminhada é o norte de nossas vidas, uns adiantarão e outros seguirão logo em seguida, mas a chegada é una e plena e antes havemos de escrever a própria história. Por isto se ama aquele que fora antes de você tente alegrar o seu coração, pois o Senhor estará dando a este a oportunidade de subir um degrau privilegiado a sua vida diante a sua vontade e o seu amor ao qual você também se encontra neste contínuo processo. E quem ama de verdade quer ver sempre o melhor para o outro.

A saudade é a dor traduzida da esperança contando os instantes do reencontro, mas enquanto este momento não chega siga os seus passos, evolua e deixe o seu amado evoluir, e talvez um dia antes deste eterno momento possa haver um contato diante as possibilidades de Deus, mas compreenda que todos estão e permanecerão vivos, mesmo em polos diferenciados a viver na sua história a sua evolutiva e necessária história da vida eterna.

Trabalhe para tentar largar o caldeirão fervilhante deste apego, compreende-se a dificuldade da tristeza da separação repentina e momentânea, mas acalma-se e espere para que possa se deliciar de todo e verdadeiro sabor da felicidade.

Bezerra de Menezes, escrito pelo médium Marcelo Passos.

08/03/2016.

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